O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento com crescente prevalência no Brasil, exigindo adaptações nos serviços de saúde, especialmente no atendimento pré-hospitalar (APH), dada a maior frequência de hospitalizações entre esses indivíduos. A ausência de protocolos específicos compromete a qualidade e segurança do atendimento. Este estudo teve como objetivo propor um protocolo especializado de APH para pessoas com TEA. O protocolo foi elaborado com base em revisão da literatura na base PubMed/MEDLINE e na consulta a especialistas em TEA e APH. Foi adaptado do Procedimento Operacional Padrão do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) e aprovado oficialmente como o POP nº 03 para atendimento de indivíduos com TEA. O protocolo orienta a identificação prévia do TEA já no atendimento telefônico ou no local da ocorrência. Inclui recomendações como o desligamento de sirenes a 500 metros do local, uso do método “Veja-Ouça-Sinta-Fale” no contato com o paciente, comunicação clara, e aviso prévio ao hospital. O protocolo destaca a importância de minimizar a sobrecarga sensorial, reconhecendo possíveis comportamentos imprevisíveis. A adoção do protocolo permite um atendimento mais seguro, humanizado e adaptado às necessidades sensoriais e comunicativas dos indivíduos com TEA. A formação especializada dos socorristas é essencial para garantir qualidade, reduzir riscos e promover inclusão no atendimento emergencial pré-hospitalar.