O estudo investigou alterações no sistema glinfático em um modelo animal de transtorno do espectro autista (TEA) induzido por ácido valpróico (VPA). O TEA, além de comprometer a interação social e o comportamento, apresenta alta prevalência de distúrbios do sono, os quais podem estar associados à disfunção glinfática, um sistema responsável pela eliminação de resíduos cerebrais durante o sono. Ratas prenhes receberam VPA ou solução salina, e os filhotes foram avaliados em diferentes parâmetros comportamentais e fisiológicos, além de testes para análise da função glinfática usando o corante Evans blue + Albumina (EBA). Os animais expostos ao VPA demonstraram atraso no desenvolvimento (como abrir dos olhos e resposta olfatória) e comprometimento motor. Notou-se acúmulo significativo do corante no cérebro e menor concentração no soro nos tempos de 4h, 24h e até 3 dias, indicando falha na depuração cerebral. Conclui-se que o modelo VPA compromete o funcionamento do sistema glinfático desde o início da vida pós-natal, sugerindo seu papel central na fisiopatologia do TEA e seu potencial como alvo terapêutico.