O presente estudo avaliou os efeitos da Intervenção Neuropsicopedagógica (INPp) na redução do número de crianças em risco para dificuldades de aprendizagem. Participaram 926 crianças, com idades entre 7 e 10 anos, matriculadas no 2º e 3º anos do Ensino Fundamental de escolas públicas de Joinville (SC). A intervenção, baseada na metodologia “Coordenando-se”, envolveu 18 sessões de 15 minutos, aplicadas por professores treinados, com atividades que integram corpo, movimento e cognição para estimular funções executivas como controle inibitório, memória operacional e flexibilidade cognitiva. Foram utilizados cinco protocolos: RNDM, RCIC, ETNMO, RHCF e ERLE, além do Índice de Risco de Aprendizagem (IRA), para avaliação pré e pós-intervenção. Os resultados indicaram melhoras significativas em todas as áreas avaliadas. No desenvolvimento motor, a média de risco caiu de 12,15 para 10,83 pontos; no controle inibitório, os escores aumentaram de 68,86 para 79,12; e na memória operacional, de 68,73 para 78,08. Também houve progresso na consciência fonológica (de 55,32 para 62,79) e na leitura e escrita (de 39,65 para 28,74), com reduções expressivas no número de crianças em risco. O total de participantes classificados com risco global pelo IRA passou de 465 para apenas 56 crianças, uma redução de 87,9%. Conclui-se que a INPp é uma estratégia eficaz, acessível e baseada em evidências, capaz de promover habilidades essenciais para o aprendizado, organizar encaminhamentos e contribuir para práticas pedagógicas mais inclusivas e assertivas.